quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Dá sempre para mais

Noite em claro, quase sem dormir. não há ponta para dúvida, e eu sei, só uma actividade cerebral tão intensa me estraga o sono. 5h da manhã.. o sol nasce daqui a duas horas. quinze minutos depois disso alguém vai sair de casa para ir trabalhar. gosto de ver os dias a nascer. devia dormir. devia ir correr. não consigo dormir. devia correr tão rápido quanto penso. talvez isso faça esgotar os neurónios e todas as sinapses. está frio. estranhamente é um frio bom. tenho os músculos entorpecidos. devia ir. está quente aqui. aqui parada nada acontece. e já são 6h. uma hora a vaguear em pensamentos. preciso ir. correr para não pensar. correr e só ouvir a minha respiração. controlar a função mais básica e fundamental que me mantém viva, respiração. nesses minutos o Mundo vai desaparecer. correr até ao limite. aquele limite em que o meu corpo me diz que não aguento nem mais um passo. aquele limite em que a minha mente diz, dá sempre para mais. a mente, treinada pela curta vida, que me diz que após o limite físico há algo mais à minha espera, a mente que teima dizer que se não deres o próximo passo perdes o comboio da vida. o mesmo comboio que nunca sei quando passa. é isso. tenho uma mente teimosa. optimista. uma mente que me mantém viva. e que pode dar mais. estou pronta. vou correr.

1 comentário:

AF disse...

Percebo esse sentimento de algum lado. (as em vez de correr, vou andar, se não a asma ataca)