Por Raquel Carrilho
"Por vezes passamos anos sem regressar aos locais onde fomos felizes. Há a ideia enviesada de que não devemos tentar reviver a felicidade e, a forma mais asséptica de o garantir, é nem sequer nos aproximarmos do palco dessa felicidade de outros tempos. Como se quiséssemos congelar esse momento para que ele nunca nos traia a memória. E então seguimos caminho.
Alguns desses sítios acabam por se perder na memória. E com eles perde-se também a tal felicidade que lhes estava associada. Outros vão ficando, lá no fundo do baú sentimental. E passam os dias, os meses, os anos. E temos uma certa nostalgia aveludada sempre que pensamos nesses locais. Mas quando, ou se, a vida por alguma razão nos faz embater de frente com essas memórias, concluímos que não estão assim tão no fundo do baú. E que ainda mexem connosco. (...) "
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