Desdobro-me em tantos pedaços e afazeres quantas pessoas há para ver e coisas a fazer.
Ouço aquilo que são as 'trivialidades' de quem as vive no país, com ar de quem acompanha sem perder cada capítulo quando na realidade se sente algo desenquadrada do que se diz e se vive.
Durmo em casas onde não dou uso aos estores (nem tão pouco me lembro que existem!) e acordo ao ritmo da chegada dos primeiros e, por ser inverno, mais corajosos raios de sol.
Lembro-me de quando aqui morava e não gostar de entrar pelas casas adentro de sapatos/botas ou o que fosse, à excepção dos chinelos, por ser obvio que suja a casa, mas porque sempre me senti melhor assim mas até desses me livrava porque o que sempre gostei mesmo é de ter pé no chão - quente, frio, o vento, seco, na agua, na areia, na relva, no chão da casa, no tapete - onde der para os pés serem livres (e quantas vezes tal 'mania' foi motivo de discussão). Agora naquilo que é a minha casa existe o hábito já quase inconsciente, de ao entrar descalçar no imediato sem nunca ter sido imposto.
Sempre que ponho os pés em PT perco largos minutos no recanto sozinha, deixo-me guiar sem rumo durante a noite quando saio de um jantar qualquer. E só nessa altura sou só eu.
Emocionalmente sinto-me mais segura na ilha. Vir implica mexer com tanto, e muito do que não quero. .. não já.
O voo que me leva/trás de volta 'obriga-me' a (re)pensar nesta vida, a minha.
Sou atacada, como quase praticamente sempre acontece, por imensos pensamentos (e vontades) que me fazem, na calada do meu ser, procurar os próximos/outros passos. A cada novo regresso para a ilha a sensação muda, e já nem sei bem se para melhor ou pior.
Nesta ansiedade que vivo as pequenas mudanças que me notam é só a ponta do iceberg.
E foi o escândalo chegar ao aeroporto da Portela de unhas pintadas.
E foi a Amêndoa Amarga (!) que o último copo deve ter sido na época em que ali vivia.
É. Foi. Tanta coisa.. que mesmo falando o melhor português acho que não iam perceber o vai dentro do meu ser.
3 comentários:
Acho que já começo a perceber esse português que dizes ser incompreensível aos de lá, e ainda só agora aqui cheguei. Força, continua a lutar pela tua felicidade e por aqui que és na tua essência, isso é o que mais importa. Eu estou aqui, e agora mais perto, para aplaudir! :)*
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