és o meu maior bem, guardado.
E tudo o que agora me apetece é arrumar-te numa caixa com tudo que ficou pelo caminho porque já é tempo..
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
O melhor presente
É estar presente, para alguém e estarem para nós.
E assim são já dois Natais passados fora e ao contrário do ano passado (muito sofrido até), terei dois jantares de Natal cheios de presenças importantes, com sorrisos, olhares, abraços. São as presenças deste ano (e que há um ano desejei) que hoje tornam o Natal aqui especial.
Aos que aqui não estão connosco, Feliz Natal aproveitem tal como se aí estivéssemos porque no fundo, estamos! A vossa presença faz se sempre sentir deste lado pela falta que nos vão fazendo.
Não deixem de sonhar nunca*
Feliz Natal
Feliz Navidad
Merry Christmas!
E assim são já dois Natais passados fora e ao contrário do ano passado (muito sofrido até), terei dois jantares de Natal cheios de presenças importantes, com sorrisos, olhares, abraços. São as presenças deste ano (e que há um ano desejei) que hoje tornam o Natal aqui especial.
Aos que aqui não estão connosco, Feliz Natal aproveitem tal como se aí estivéssemos porque no fundo, estamos! A vossa presença faz se sempre sentir deste lado pela falta que nos vão fazendo.
Não deixem de sonhar nunca*
Feliz Natal
Feliz Navidad
Merry Christmas!
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
"O importante não é a casa onde moramos. Mas onde, em nós, a casa mora"
- Para onde queres ir?
M: Para um lugar que me prenda, que faça o meu coração cantar..
M: Para um lugar que me prenda, que faça o meu coração cantar..
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
"Você sabe com quem está a falar?"
Não sei quem é este homem mas quem me dera ter tido esta inteligência e humor para colocar muita gente no devido lugar de forma tão..didática!
domingo, 8 de setembro de 2013
Às máquinas indiscretas
Há dias em que me lembro de passar fotos só porque sim.
Quer isso me faça sentir bem ou não, feliz ou triste.
Já por várias vezes pensei em guardar fotos que tenho espalhadas pelo facebook de muitas pessoas em que por lá apareço apenas porque nunca cheguei a receber tais fotos. Parecem fotos perdidas no tempo. E de tempos a tempos, nessas passagens surgem fotos que me fazem parar e relembrar. É incrível como muitas vezes não sabemos quem temos ao nosso lado e no entanto o momento em que estamos ao lado de um estranho, é também o início de algo, e ficou gravado por uma máquina indiscreta que no momento da algazarra e sem se saber ao certo o porquê de ter apontado e disparado, grava um começo. Ficam memórias, olha-se para uma foto dessas com meios sorrisos, mas o pior que pode acontecer é olhar e ficar uma sensação de que tudo o que passou, todos os sorrisos e olhares, e que foi bom, morreu.. Morreu?
Quer isso me faça sentir bem ou não, feliz ou triste.
Já por várias vezes pensei em guardar fotos que tenho espalhadas pelo facebook de muitas pessoas em que por lá apareço apenas porque nunca cheguei a receber tais fotos. Parecem fotos perdidas no tempo. E de tempos a tempos, nessas passagens surgem fotos que me fazem parar e relembrar. É incrível como muitas vezes não sabemos quem temos ao nosso lado e no entanto o momento em que estamos ao lado de um estranho, é também o início de algo, e ficou gravado por uma máquina indiscreta que no momento da algazarra e sem se saber ao certo o porquê de ter apontado e disparado, grava um começo. Ficam memórias, olha-se para uma foto dessas com meios sorrisos, mas o pior que pode acontecer é olhar e ficar uma sensação de que tudo o que passou, todos os sorrisos e olhares, e que foi bom, morreu.. Morreu?
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Manchester - o novo e antigo num só olhar
Manchester em quatro dias cheios, chegou e bastou! Senti-me bem assim que cheguei. A mobilidade é super fácil. A pé chega-se a todo lado e o que for relativamente mais longe existe o metrolink (elétrico). O sotaque de algumas pessoas pode tornar-se um teste ao nosso próprio inglês.
É uma cidade que se nota logo à chegada o impacto histórico. Os edifícios não enganam, cidade industrial.
É uma cidade que se nota logo à chegada o impacto histórico. Os edifícios não enganam, cidade industrial.
Manchester engloba o novo e antigo num só olhar, e faz por se manter actual.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
30 L
Querida mochila de 30L, depois do fim de semana passado percebi que já não servimos as medidas uma da outra. Desculpa a minha frontalidade mas achei por bem informar-te antes que um dia, eu ceda a esta tentação crescente, e chegue a casa com uma de 60L ou mais. Sei que não vai ser fácil por estares comigo à tanto tempo quanto estou nesta ilha e já muito passamos. Aceito continuar contigo num estilo mais diário mas os fins de semana de escape e as viagens acabaram entre nós.
Com muito carinho, a tua eterna dona.
Com muito carinho, a tua eterna dona.
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
«Lá por ser dourada não deixa de ser uma gaiola»
Saíram clandestinos para fugir ao serviço militar que durava seis anos, saíram porque em casa não havia sustento, saíram porque foram expulsos dada à sua religião, saíram para escapar à ditadura, saíram para fazer fortuna, saíram para exercer a profissão para que estudaram, saíram à procura de uma vida digna. Desde o século XVIII, saíram aos milhares de Portugal Continental, dos Açores e da Madeira.
É uma gaiola de porta aberta e onde se permanece com um pé fora e outro dentro, para sempre. Assim é, pelo menos o que perceciono da experiência da emigração. Não sou emigrante, nem migrante e por isso falo hoje como quem vê de fora. São-no vários dos meus amigos, de diferentes gerações e por motivos distintos. Uns foram, outros foram e voltaram, alguns pensam ficar, outros voltaram e não querem tornar a sair, outros arrependem-se de ter voltado e outros não sabem.
Numa breve pesquisa que fiz em tempos com eles, as saudades faziam-se sentir da família e das amizades, da comida, da língua, da cultura e dependendo do país, do clima e da segurança. Quando se está lá recorda-se o que cá se deixou mas, quando se chega cá os sentimentos também se dividem, foi lá que ficou a casa, uma rotina por vezes mais calma, os novos hábitos e comportamentos, aquilo que agora também é parte da sua identidade. E os que regressaram reformados lembram também com saudade os bons momentos que lá viveram.
A principal palavra que me ocorre quando penso em (e)migração é coragem. Se hoje temos quem se aventure a novos mundos e novas experiências porque sente essa vontade de evoluir pessoal e profissionalmente, não deixamos de ter aqueles que partem de coração triste, sem saber falar a língua do país de destino e às vezes sem saber se têm onde dormir.
Mesmo no primeiro caso, aquele que é o de uma nova geração bem preparada e remunerada com vontade de explorar novas vidas, nunca considerei que emigrassem de ânimo leve e por isso continuo a admirar a sua coragem. (Obrigada, afinal nem tudo são rosas seja em que parte do Mundo for e anda por aí muito boa [detalhe discutível] gente mal informada). Sim, eu sei, o mundo mudou, temos que pensar global e deixar a zona de conforto não é? A verdade é que nada disso é novo para os portugueses. Pelas piores razões, cedo descobriram o tamanho do mundo.
A Gaiola Dourada, de Ruben Alves, é uma comédia que retrata uma dada vaga de emigração. Dedicado aos seus pais, emigrantes em França, recupera certos estereótipos, certos linguajares, certos comportamentos e uma certa vergonha que os filhos sentem dos pais. Fala da possibilidade de concretizar mais cedo do que previsto o sonho de voltar para Portugal e como ao fim de 30 anos, as respostas fáceis se tornaram difíceis.
Há quem se tenha reconhecido, há quem se tenha sentido ofendido. Esta crónica não é uma crítica de cinema, o filme cabe aos leitores avaliar.
A mim deu-me para pensar, na vida e nas emoções das gentes que partem, no seu esforço de adaptação, na atenção que lhes reclama quem cá fica quando chegam de férias, nas chegadas e nas partidas, nas descobertas de novos lugares e de novos amigos, nas suas vitórias e nos seus sucessos. (Falo por mim, reapareço com vontade de ter uns dias calmos, sem pressas e aproveitar tudo mas é sempre impossível porque querem por bem consumir o tempo que tenho, afinal reapareço em vidas e rotinas que pouco ou nada mudaram e nesses dias a 'novidade' sou eu.. nunca é o mesmo quando se tem os dias limitados, contados.) No parecer ser, tão português, no como a comunidade emigrante se trata entre si e no pouco que sabe de nós quem nos acolhe por esse mundo fora!
Lá por ser dourada não deixa de ser uma gaiola mas, para mim, é apenas perceção.
(Fonte: Expresso)
Pessoalmente, eu não vi o filme.
E vou deixar o que penso para daqui a 48 dias.
domingo, 4 de agosto de 2013
Trinta minutos apenas
Dormi uma noite descansada, como quase sempre é.
Acordei às 7h, não por precisar ou querer, mas porque o dia nasce às 5h e não haver estores torna o despertar mais natural e fácil. Mas 7h a um domingo, estando de folga e sabendo a semana que me espera, significou optar por ficar na cama, e voltei a fechar os olhos..
Tudo o que a seguir se passou na minha mente roubou-me a energia para o resto do dia, sufocou, torturou, doeu mil vezes mais do que todos os dias que já ficaram para trás e que eu achava esquecido, restando apenas uma lembrança.
Quando voltei a abrir os olhos eram apenas 7h30..e desta vez mal me conseguia mexer.
Acordei às 7h, não por precisar ou querer, mas porque o dia nasce às 5h e não haver estores torna o despertar mais natural e fácil. Mas 7h a um domingo, estando de folga e sabendo a semana que me espera, significou optar por ficar na cama, e voltei a fechar os olhos..
Tudo o que a seguir se passou na minha mente roubou-me a energia para o resto do dia, sufocou, torturou, doeu mil vezes mais do que todos os dias que já ficaram para trás e que eu achava esquecido, restando apenas uma lembrança.
Quando voltei a abrir os olhos eram apenas 7h30..e desta vez mal me conseguia mexer.
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Depois de espirrar várias vezes seguidas contaram-me isto:
One for sorrow,
Two for joy,
Three for a girl,
Four for a boy,
Five for silver,
Six for gold,
Seven for a secret never to be told..
Mas na realidade isto tem a ver é com os Magpies!
Safa..porque esses vejo eu mais que muitos por aqui. (se um dia isto for bater ao número de espirros eu vou-me rir à brava!!)
Two for joy,
Three for a girl,
Four for a boy,
Five for silver,
Six for gold,
Seven for a secret never to be told..
Mas na realidade isto tem a ver é com os Magpies!
Safa..porque esses vejo eu mais que muitos por aqui. (se um dia isto for bater ao número de espirros eu vou-me rir à brava!!)
domingo, 28 de julho de 2013
The stages
As every flower fades and as all youth
Departs, so life at every stage,
So every virtue, so our grasp of truth,
Blooms in its day and may not last forever.
Since life may summon us at every age
Be ready, heart, for parting, new endeavor,
Be ready bravely and without remorse
To find new light that old ties cannot give.
In all beginnings dwells a magic force
For guarding us and helping us to live.
Serenely let us move to distant places
And let no sentiments of home detain us.
The Cosmic Spirit seeks not to restrain us
But lifts us stage by stage to wider spaces.
If we accept a home of our own making,
Familiar habit makes for indolence.
We must prepare for parting and leave-taking
Or else remain the slave of permanence.
Even the hour of our death may send
Us speeding on to fresh and newer spaces,
And life may summon us to newer races.
So be it, heart: bid farewell without end.
Hermann Hesse
Departs, so life at every stage,
So every virtue, so our grasp of truth,
Blooms in its day and may not last forever.
Since life may summon us at every age
Be ready, heart, for parting, new endeavor,
Be ready bravely and without remorse
To find new light that old ties cannot give.
In all beginnings dwells a magic force
For guarding us and helping us to live.
Serenely let us move to distant places
And let no sentiments of home detain us.
The Cosmic Spirit seeks not to restrain us
But lifts us stage by stage to wider spaces.
If we accept a home of our own making,
Familiar habit makes for indolence.
We must prepare for parting and leave-taking
Or else remain the slave of permanence.
Even the hour of our death may send
Us speeding on to fresh and newer spaces,
And life may summon us to newer races.
So be it, heart: bid farewell without end.
Hermann Hesse
sábado, 27 de julho de 2013
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Da palavra "nunca"
Diz o ditado "nunca digas nunca". E eu que o diga, em menos de um ano bem posso morder a língua por duas razões diferentes.
Se há coisa da qual me lembro desde muito cedo dizer que não queria ser, com ar de 100% certeza, daquelas coisas que uma pessoa jura a pés juntos, era ser professora. Lembro-me muito bem de ter 6 ou 7 anos e de o dizer com a certeza e (agora que penso nisso) ar de sabichona típico dessa idade: posso ser tudo mas professora não! Nunca!.
Esta teima prolongou-se durante muitos anos e a "certeza" foi sempre reforçada verbalmente ao longo do tempo. Até à altura em que vou para a Universidade, num curso que nos 'obriga' a sermos de tudo um pouco, que nos ensina e mostra que se queremos ser bons temos de ser versáteis e não nos limitarmos aos básicos, procurar sempre alternativas e formas diferentes de conseguir um objectivo mesmo quando tudo já parece impossível. (no meu entender, um pouco como a Vida). Tudo porque o público varia desde a idade, à religião, à camada social, tudo. E os ambientes também.
Perdi conta a quantas apresentações tive de fazer. Falar para um público (independentemente do que fosse para quem fosse) foi sendo aprimorado, os nervos ensinados a serem controlados e as estratégias caso algo desse errado foram aprendidas. Se não me falha a memória o público mais numeroso que já tive à minha frente foi na casa dos trinta.
E trinta é (dentro da realidade que eu conheço) uma turma do 2º ciclo ou 3º ciclo.
Mas foi principalmente no último ano de Universidade que comecei a perceber que afinal ensinar para mim tinha um gosto embora sem admitir. Acabado o curso, pouco andei a fazer na minha área de formação em Portugal e passados uns tempos venho parar a Inglaterra (por opção) onde as formas de trabalho são um tanto ou quanto diferentes, bem como a forma de estar no trabalho e os ditos alunos de enfermagem.
Em apenas quatro meses de hospital já perdi conta a quantas vezes tive alunos sob a minha guarda. E a verdade é que não me importo um bocadinho que seja.
Já tive alunos que, pelo choque de diferença que é a formação daqui para Portugal, não iriam sobreviver a um turno no modo português.
E aqui nasce um problema para mim: exigir/esperar e ensinar em moldes portugueses.
Para se poderem situar um pouco, enquanto em Portugal nos ensinam anatomia, fisiologia, bioquímicas, farmacologia (e obrigam aos alunos a relacionarem tudinho, porquê este medicamento e não o outro que serve para o mesmo problema?), aqui em Inglaterra os alunos não têm nada disso. Nós em quatro anos de estudo aprendemos a fazer tudo (e efectivamente fazemos tudo enquanto alunos). Os alunos ingleses acabam três anos de estudos (maioritamente teóricos) e nunca puncionaram, nunca algaliaram, nunca entubaram, etc. Não sabem os básicos da farmacológica. Porque o foco deles é mesmo só o doente.
E é por isto que eu tenho um problema. Enquanto em Portugal o objectivo de um estudante mais o seu orientador é que no final do estágio o aluno seja capaz de dar resposta a um X número de doentes, aqui eu ainda não percebi muito bem qual é o objectivo. Eu vejo os alunos aqui apenas a trabalhar à tarefa e a darem-se com os seus mentores com uma confiança que me valham todos os santinhos, se em Portugal nós podíamos ser assim.. Mas adiante (que são realidades diferentes) e falando propriamente do que se passou.
Hoje no turno da tarde, tive comigo uma aluna que aparentemente pouco gosta de trabalhar, e a Enfermeira band 6 (designado por Sister) que estava só a fazer manhã, que a anda a orientar disse-me para eu pouco fazer e deixar para a aluna porque ela tinha de começar a chegar-se à frente e tomar rédeas, uma vez que está a poucos dias de acabar o estágio e de se formar enquanto enfermeira. Concordei mas como no fim do dia os doentes são sempre da minha responsabilidade eu iria sempre andar em cima dos acontecimentos.
Esta aluna, está há mais de um mês connosco, que supostamente ninguém gosta porque nunca faz nada, aparenta fazer mas meter as mãos no trabalho pouco se vê. A própria disse-me no inicio do turno que faria o penso da doente Y mais não sei o quê, disse-lhe que pusesse o nome dela no quadro com a hora do break dela pois assim consegue organizar melhor o que tem para fazer (coisa que nunca chegou a fazer e acabou por ir na mesma hora que eu, que de resto é o mais sensato). Chegada a hora de fazer o dito penso, em que eu estava era a empurra-la preparando-lhe tudo e não lhe dando espaço de manobra, tentou a todo custo livrar-se do trabalhinho. (mal sabia ela com quem veio cantar o fadinho).
Eu posso até ter passado pela má da fita, mas ela fez os sinais vitais todos, um penso de uma perna em que se vê o osso horrível, os registos dos doentes todos, tratou do transporte e exame de um doente que implicava preparação com contraste, tratou de uma alta, reviu a inserção de uma sonda nasogástrica e ainda fez medicação oral. Tudo numa tarde. E que não se queixe muito porque tinha os doentes mais independentes da enfermaria. Eram oito, e o normal costuma ser dez ou doze.
Acredito muito ter passado por má da fita porque normalmente os alunos por aqui muito pouco fazem e estão habituados a uma de "deixá-los andar, são só alunos", pouco lhes vai sendo exigido, têm o break quando querem, e pensam que quem os ensina são os melhores amigos (se ensino não sou amiga com certeza e ela percebeu isso) etc, mas daqui para a frente tenho de começar a pensar num meio termo porque no final deste ano a previsão é eu já começar a ter essa mesma responsabilidade de dar algumas luzes aos alunos e no espaço de um ano ser mentora (se bem que daqui até lá muita água vai correr).
Hoje foi só porque teve de ser, mas até ao fim do ano tenho mesmo de encontrar um equilíbrio nesta história.
Apesar de tudo, a verdade é que ensinar implica estar sempre actualizada, impede-me de um dia cair na rotina. E principalmente ensinar é como ver e participar nos primeiros passos de uma criança. São as bases para o futuro e eu estou muito feliz, e sinto-me uma sortuda, por me ter cruzado nos meus quatros anos de estudante com enfermeiros brilhantes (enfermeiros-piratas também, e um dia destes explico), das quais muitas vezes me lembro.
Sei hoje que se um dia eu acabar por dar aulas seja lá do que for, onde for, vou estar feliz.
Se há coisa da qual me lembro desde muito cedo dizer que não queria ser, com ar de 100% certeza, daquelas coisas que uma pessoa jura a pés juntos, era ser professora. Lembro-me muito bem de ter 6 ou 7 anos e de o dizer com a certeza e (agora que penso nisso) ar de sabichona típico dessa idade: posso ser tudo mas professora não! Nunca!.
Esta teima prolongou-se durante muitos anos e a "certeza" foi sempre reforçada verbalmente ao longo do tempo. Até à altura em que vou para a Universidade, num curso que nos 'obriga' a sermos de tudo um pouco, que nos ensina e mostra que se queremos ser bons temos de ser versáteis e não nos limitarmos aos básicos, procurar sempre alternativas e formas diferentes de conseguir um objectivo mesmo quando tudo já parece impossível. (no meu entender, um pouco como a Vida). Tudo porque o público varia desde a idade, à religião, à camada social, tudo. E os ambientes também.
Perdi conta a quantas apresentações tive de fazer. Falar para um público (independentemente do que fosse para quem fosse) foi sendo aprimorado, os nervos ensinados a serem controlados e as estratégias caso algo desse errado foram aprendidas. Se não me falha a memória o público mais numeroso que já tive à minha frente foi na casa dos trinta.
E trinta é (dentro da realidade que eu conheço) uma turma do 2º ciclo ou 3º ciclo.
Mas foi principalmente no último ano de Universidade que comecei a perceber que afinal ensinar para mim tinha um gosto embora sem admitir. Acabado o curso, pouco andei a fazer na minha área de formação em Portugal e passados uns tempos venho parar a Inglaterra (por opção) onde as formas de trabalho são um tanto ou quanto diferentes, bem como a forma de estar no trabalho e os ditos alunos de enfermagem.
Em apenas quatro meses de hospital já perdi conta a quantas vezes tive alunos sob a minha guarda. E a verdade é que não me importo um bocadinho que seja.
Já tive alunos que, pelo choque de diferença que é a formação daqui para Portugal, não iriam sobreviver a um turno no modo português.
E aqui nasce um problema para mim: exigir/esperar e ensinar em moldes portugueses.
Para se poderem situar um pouco, enquanto em Portugal nos ensinam anatomia, fisiologia, bioquímicas, farmacologia (e obrigam aos alunos a relacionarem tudinho, porquê este medicamento e não o outro que serve para o mesmo problema?), aqui em Inglaterra os alunos não têm nada disso. Nós em quatro anos de estudo aprendemos a fazer tudo (e efectivamente fazemos tudo enquanto alunos). Os alunos ingleses acabam três anos de estudos (maioritamente teóricos) e nunca puncionaram, nunca algaliaram, nunca entubaram, etc. Não sabem os básicos da farmacológica. Porque o foco deles é mesmo só o doente.
E é por isto que eu tenho um problema. Enquanto em Portugal o objectivo de um estudante mais o seu orientador é que no final do estágio o aluno seja capaz de dar resposta a um X número de doentes, aqui eu ainda não percebi muito bem qual é o objectivo. Eu vejo os alunos aqui apenas a trabalhar à tarefa e a darem-se com os seus mentores com uma confiança que me valham todos os santinhos, se em Portugal nós podíamos ser assim.. Mas adiante (que são realidades diferentes) e falando propriamente do que se passou.
Hoje no turno da tarde, tive comigo uma aluna que aparentemente pouco gosta de trabalhar, e a Enfermeira band 6 (designado por Sister) que estava só a fazer manhã, que a anda a orientar disse-me para eu pouco fazer e deixar para a aluna porque ela tinha de começar a chegar-se à frente e tomar rédeas, uma vez que está a poucos dias de acabar o estágio e de se formar enquanto enfermeira. Concordei mas como no fim do dia os doentes são sempre da minha responsabilidade eu iria sempre andar em cima dos acontecimentos.
Esta aluna, está há mais de um mês connosco, que supostamente ninguém gosta porque nunca faz nada, aparenta fazer mas meter as mãos no trabalho pouco se vê. A própria disse-me no inicio do turno que faria o penso da doente Y mais não sei o quê, disse-lhe que pusesse o nome dela no quadro com a hora do break dela pois assim consegue organizar melhor o que tem para fazer (coisa que nunca chegou a fazer e acabou por ir na mesma hora que eu, que de resto é o mais sensato). Chegada a hora de fazer o dito penso, em que eu estava era a empurra-la preparando-lhe tudo e não lhe dando espaço de manobra, tentou a todo custo livrar-se do trabalhinho. (mal sabia ela com quem veio cantar o fadinho).
Eu posso até ter passado pela má da fita, mas ela fez os sinais vitais todos, um penso de uma perna em que se vê o osso horrível, os registos dos doentes todos, tratou do transporte e exame de um doente que implicava preparação com contraste, tratou de uma alta, reviu a inserção de uma sonda nasogástrica e ainda fez medicação oral. Tudo numa tarde. E que não se queixe muito porque tinha os doentes mais independentes da enfermaria. Eram oito, e o normal costuma ser dez ou doze.
Acredito muito ter passado por má da fita porque normalmente os alunos por aqui muito pouco fazem e estão habituados a uma de "deixá-los andar, são só alunos", pouco lhes vai sendo exigido, têm o break quando querem, e pensam que quem os ensina são os melhores amigos (se ensino não sou amiga com certeza e ela percebeu isso) etc, mas daqui para a frente tenho de começar a pensar num meio termo porque no final deste ano a previsão é eu já começar a ter essa mesma responsabilidade de dar algumas luzes aos alunos e no espaço de um ano ser mentora (se bem que daqui até lá muita água vai correr).
Hoje foi só porque teve de ser, mas até ao fim do ano tenho mesmo de encontrar um equilíbrio nesta história.
Apesar de tudo, a verdade é que ensinar implica estar sempre actualizada, impede-me de um dia cair na rotina. E principalmente ensinar é como ver e participar nos primeiros passos de uma criança. São as bases para o futuro e eu estou muito feliz, e sinto-me uma sortuda, por me ter cruzado nos meus quatros anos de estudante com enfermeiros brilhantes (enfermeiros-piratas também, e um dia destes explico), das quais muitas vezes me lembro.
Sei hoje que se um dia eu acabar por dar aulas seja lá do que for, onde for, vou estar feliz.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
'Não me dês saudades que eu não quero sentir.'
"Não me dês razão que eu não quero ter. Não me dês certezas que eu não quero saber. Não me dês caminhos que eu não vou seguir. Não me dês saudades que eu não quero sentir. Não me queiras mal que eu quero-te bem. E o que te dou não é de mais ninguém. Fica perto, hoje, bem perto de mim. Fica até que a noite chegue mesmo ao fim. Não me dês a mão, eu quero o teu braço. Cola bem por dentro tudo o que desfaço. Podem passar anos ou só um segundo. Pode ser um sopro o maior do mundo. Será sempre eterno o que formos nós. E esta noite quente não me deixes só. Fica perto, hoje, bem perto de mim. Fica até que a noite chegue mesmo ao fim. Eu não poderia querer-te mais do que eu te quero. É tanto, tanto, tanto que desespero de tanto, tanto, tanto ser. Deixa os teus cansaços com as minhas mãos. Larga a tristeza caída no chão. Que hoje o sopro louco, incandescente e doce atravessa o escuro como se nada fosse. Brinca com as sombras do teu coração. Ilumina o riso, esconde a solidão. Hoje fica perto, bem perto de mim. Fica até que a noite chegue mesmo ao fim."
Mafalda Veiga
(um cheirinho do próximo álbum)
quarta-feira, 24 de julho de 2013
The tube in the eighties - Metro de Londres nos anos 80
As fotos foram tiradas pelo fotógrafo Bob Mazzer nos anos 80. É muito bom poder ver as diferenças mas na realidade muito pouco mudou no que toca aquilo que se passa no underground. É a ida e volta do trabalho, as lutas, as paixões, os músicos, as culturas, os que se destacam, e muito mas muito mais.. Quem me dera ver mais do tube nesta época (ou em todas as épocas) mas os 80's são um marco. Podem ver os anos 80 em duas partes do site: aqui e aqui. Para os dias de hoje o autor também tem uma publicação.
E com isto fiquei com (mais) vontade de amanhã ir para Londres..
E com isto fiquei com (mais) vontade de amanhã ir para Londres..
terça-feira, 23 de julho de 2013
Portugalês (verídico)
Uma portuguesa entra numa loja e no meio de tanta indecisão o empregado inglês dá uma ajudinha e algumas sugestões. À saída, satisfeita com a sua compra a portuguesa vira-se para o empregado radiante e muita satisfeita diz: thanks for your 'dick'!!
Ao que o empregado responde: thank god your not a guy!
Eu acho que ela confundiu com a palavra "dica" em português..
Ao que o empregado responde: thank god your not a guy!
Eu acho que ela confundiu com a palavra "dica" em português..
terça-feira, 16 de julho de 2013
Small fish likes the Sea
Sou, e sinto-me, tão pequena cada vez que sei de alguém ou leio sobre pessoas capazes de se comprometerem numa viagem de envergadura assustadora seja pelo tempo ou pelos destinos.
Fico ainda contente ao saber que há pessoas que pensam e encontram a coragem para fazer o que tantas vezes me faz os pensamentos correr.
É bom sentir que não sou a única, é bom haver blogs que me alimentam a mente: cama para três. Ficam recordações para uma vida inteira e mesmo quando acabar, por certo continuará a dar que falar..
Fico ainda contente ao saber que há pessoas que pensam e encontram a coragem para fazer o que tantas vezes me faz os pensamentos correr.
É bom sentir que não sou a única, é bom haver blogs que me alimentam a mente: cama para três. Ficam recordações para uma vida inteira e mesmo quando acabar, por certo continuará a dar que falar..
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Ser anti-medicamentos
Ser enfermeira de profissão e ao mesmo tempo ser uma pessoa que evita a todo custo tomar fármacos pode parecer contraditório (bem, é discutível tal como muitos outros temas na área da saúde).
Acho que, até à bem pouco tempo, a única coisa que eu tomava era o anti-histamínico devido à minha alergia ao pólen (que me deixa sempre de rastos sem saber com que mais forças respirar) e nem nisso sou muito certa para evitar habituar o organismo. E digo até à bem pouco tempo porque 'quem procura sempre encontra'. Nada satisfeita com o ter de enfiar químicos pela goela abaixo e que ainda por cima dão uma sonolência desgraçada, decidi-me a procurar uma alternativa.
E adivinhem: claro, encontrei e tem funcionado sem sonolência.
100% natural now!
Acho que, até à bem pouco tempo, a única coisa que eu tomava era o anti-histamínico devido à minha alergia ao pólen (que me deixa sempre de rastos sem saber com que mais forças respirar) e nem nisso sou muito certa para evitar habituar o organismo. E digo até à bem pouco tempo porque 'quem procura sempre encontra'. Nada satisfeita com o ter de enfiar químicos pela goela abaixo e que ainda por cima dão uma sonolência desgraçada, decidi-me a procurar uma alternativa.
E adivinhem: claro, encontrei e tem funcionado sem sonolência.
100% natural now!
sábado, 6 de julho de 2013
..não preciso dizer mais nada..
«..o C., colega com quem já atravessei o mundo, homem generoso, de bem com a vida, diz-me que gostava de conseguir mostrar mais aquilo que sente, de dizer às pessoas que gosta delas e porque gosta delas. Falávamos de amigos, filhos e conhecidos de quem gostamos.
Fiquei a pensar nas palavras dele, nesta dificuldade, que não é só masculina, de abraçar espontaneamente alguém, de elogiar, de mostrar que estamos felizes com e por ela. Não será essa a verdadeira transgressão? Tentar transformar em algo belo os dias zangados*?»
terça-feira, 2 de julho de 2013
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Assim mal me aguento
Eu não sei onde me perdi nem quando. E anda difícil ganhar novo rumo, novo alento.. sem todas as partes de mim.
Tomara que fosse só eu a ressentir estes dias no continente.
Tomara que fosse só eu a ressentir estes dias no continente.
quinta-feira, 27 de junho de 2013
Para mim Portugal já está no verão..
- Então agora voltas quando? no verão?
M: Mas isto não é o verão..?!
- Oh, pois..
M: .. mas respondendo, ainda não sei.
M: Mas isto não é o verão..?!
- Oh, pois..
M: .. mas respondendo, ainda não sei.
quarta-feira, 26 de junho de 2013
Peço desculpa, eu não entendo estas conversas..
M: isso há mas apenas no café português e logicamente é caro.
- e lá vendem coisas portuguesas?
M: ..sim, é só português..
- então não tem outras marcas..?
M: .. não.
- é só português?
M: (respira.. aguenta.. not!).. se eu agora responder não, ficas esclarecido??
- então o teu inglês?
M: que é que tem o meu inglês?
- está bom? melhor?
M: claro. bem melhor, que raio de pergunta a fazer a uma pessoa que já lá está há um tempo considerável, não?
- ..sim.. mas safas-te?
M: é para eu me rir??
- e lá vendem coisas portuguesas?
M: ..sim, é só português..
- então não tem outras marcas..?
M: .. não.
- é só português?
M: (respira.. aguenta.. not!).. se eu agora responder não, ficas esclarecido??
- então o teu inglês?
M: que é que tem o meu inglês?
- está bom? melhor?
M: claro. bem melhor, que raio de pergunta a fazer a uma pessoa que já lá está há um tempo considerável, não?
- ..sim.. mas safas-te?
M: é para eu me rir??
quarta-feira, 19 de junho de 2013
Falsa Emigrante
Quem estudou bioquímica e mais uma ou outra disciplina, da qual a ciência gosta de dizer que sabe (mas no fundo sabe é pouco), aprendeu que a Natureza consegue produzir falsos negativos e falsos positivos nos mais variados testes e exames, induzindo o Homem em erro.
Boa parte do meu tempo sinto-me assim: falsa emigrante.
Para todos os efeitos (e tenho, ou pelo menos devia, de uma vez por todas meter isto na minha cabeça) passei a ser aquilo a que se chama de emigrante.
Mas este é o meu 'problema': para mim é tudo normal. Ter vindo para aqui foi normal, conduzir à esquerda é normal, não usar euros na carteira é normal, funcionar em bilingue é normal, trabalhar com filipinos, indianos e não só, é normal. E se para mim tudo é normal e parece fluir como se sempre tivesse sido assim porque razão haveria de me sentir emigrante?
As dificuldades (pequenas ou grandes depende sempre da perspetiva), os momentos menos agradáveis pelas quais já passei (e quase na certa devem haver mais alguns há minha espera) e os comentários (e olhares) racistas e xenófobos, são o que me relembram que não sou daqui.
Mas talvez porque posso falar português quando quero, talvez porque se penso em algo que em Portugal sei que existe e aqui vou procurar acabo por encontrar com outro nome mas a mesma função, talvez porque a forma de as coisas funcionarem (e talvez este seja o ponto fulcral!) não difere tanto de Portugal, eu não me vá sentindo tão deslocada assim. As coisas funcionando não me dificultam a vida em nada, a minha liberdade não foi afectada (posso conduzir, beber, vestir a roupa que eu decidir), tal como a minha segurança (preciso sim de ter o mínimo de senso comum da mesma forma que em Portugal no que toca a segurança), tenho os mesmos direitos que tenho enquanto cidadã em Portugal (com as devidas nuances de estrangeira pertencente à UE), em termos de alimentação é o mesmo (tenho até mais variedade). Bolas, aqui também há Ikea, Decathlon e Lidl. Obviamente que estou a excluir aquilo que é tradicional e apenas se encontra em Portugal.
Sim, tenho perdido muita coisa que anda a acontecer em Portugal e isso por vezes não ajuda os dias aqui, mas se não tivesse vindo perdia deste lado, nesta ilha.
E mais importante que isso tudo, perdia no ganho para mim própria.
Apesar de tudo, e de por vezes pensar como é que ainda aqui ando, olhando para estas pequenas diferenças, não me sinto muito emigrante mas sim falsa emigrante. No meio de tantos emigrantes portugueses, sinto-me aquela que deu como resultado um falso positivo (juntamente com mais uma e outra pessoa).
Pior do que isto (que não é nada) é ter de olhar para Portugal numa perspetiva de férias e não de regresso definitivo. Recuando um pouco no tempo, volta a sensação de Limbo que me atacou na primeira ida a Portugal. Acho tudo meio estranho e sem me fazer muito sentido, é meu mas ao mesmo tempo parece não ser, é estranho percorrer Lisboa e tudo quanto conheço (com todas as memórias) com a consciência de que aí a uns dias já não estou presente, meto-me no avião de regresso e tudo parece voltar ao normal.. não sei. Talvez mudando a vida de volta a Portugal mudasse a sensação. Não sei.
Se não sou falsa emigrante então serei uma emigrante muito bem adaptada a uma ilha. Mas seja como for, não deixa de haver uma sensação estranha em ambos os lugares.
Boa parte do meu tempo sinto-me assim: falsa emigrante.
Para todos os efeitos (e tenho, ou pelo menos devia, de uma vez por todas meter isto na minha cabeça) passei a ser aquilo a que se chama de emigrante.
Mas este é o meu 'problema': para mim é tudo normal. Ter vindo para aqui foi normal, conduzir à esquerda é normal, não usar euros na carteira é normal, funcionar em bilingue é normal, trabalhar com filipinos, indianos e não só, é normal. E se para mim tudo é normal e parece fluir como se sempre tivesse sido assim porque razão haveria de me sentir emigrante?
As dificuldades (pequenas ou grandes depende sempre da perspetiva), os momentos menos agradáveis pelas quais já passei (e quase na certa devem haver mais alguns há minha espera) e os comentários (e olhares) racistas e xenófobos, são o que me relembram que não sou daqui.
Mas talvez porque posso falar português quando quero, talvez porque se penso em algo que em Portugal sei que existe e aqui vou procurar acabo por encontrar com outro nome mas a mesma função, talvez porque a forma de as coisas funcionarem (e talvez este seja o ponto fulcral!) não difere tanto de Portugal, eu não me vá sentindo tão deslocada assim. As coisas funcionando não me dificultam a vida em nada, a minha liberdade não foi afectada (posso conduzir, beber, vestir a roupa que eu decidir), tal como a minha segurança (preciso sim de ter o mínimo de senso comum da mesma forma que em Portugal no que toca a segurança), tenho os mesmos direitos que tenho enquanto cidadã em Portugal (com as devidas nuances de estrangeira pertencente à UE), em termos de alimentação é o mesmo (tenho até mais variedade). Bolas, aqui também há Ikea, Decathlon e Lidl. Obviamente que estou a excluir aquilo que é tradicional e apenas se encontra em Portugal.
Sim, tenho perdido muita coisa que anda a acontecer em Portugal e isso por vezes não ajuda os dias aqui, mas se não tivesse vindo perdia deste lado, nesta ilha.
E mais importante que isso tudo, perdia no ganho para mim própria.
Apesar de tudo, e de por vezes pensar como é que ainda aqui ando, olhando para estas pequenas diferenças, não me sinto muito emigrante mas sim falsa emigrante. No meio de tantos emigrantes portugueses, sinto-me aquela que deu como resultado um falso positivo (juntamente com mais uma e outra pessoa).
Pior do que isto (que não é nada) é ter de olhar para Portugal numa perspetiva de férias e não de regresso definitivo. Recuando um pouco no tempo, volta a sensação de Limbo que me atacou na primeira ida a Portugal. Acho tudo meio estranho e sem me fazer muito sentido, é meu mas ao mesmo tempo parece não ser, é estranho percorrer Lisboa e tudo quanto conheço (com todas as memórias) com a consciência de que aí a uns dias já não estou presente, meto-me no avião de regresso e tudo parece voltar ao normal.. não sei. Talvez mudando a vida de volta a Portugal mudasse a sensação. Não sei.
Se não sou falsa emigrante então serei uma emigrante muito bem adaptada a uma ilha. Mas seja como for, não deixa de haver uma sensação estranha em ambos os lugares.
domingo, 16 de junho de 2013
sexta-feira, 7 de junho de 2013
O meu turbante
O meu turbante (que perdeu o estatuto de único pouco depois de chegar à ilha) é sempre a surpresa de alguém de cada vez que o ponho na cabeça.
Mas mais uns dias e talvez volte para a gaveta já que das primeiras coisas que vou fazer quando for ao continente, será cortar novamente o cabelo. É que o malandro já se anda a esticar. E a mim ainda não me apetece voltar ao estilo antigo.
Mas mais uns dias e talvez volte para a gaveta já que das primeiras coisas que vou fazer quando for ao continente, será cortar novamente o cabelo. É que o malandro já se anda a esticar. E a mim ainda não me apetece voltar ao estilo antigo.
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Diz que não tem sotaque de estrangeira
- You're Portuguese?! You don't sound Portuguese. You don't look English obviously but you sound like..
domingo, 19 de maio de 2013
quarta-feira, 15 de maio de 2013
#3: Trabalhar no UK - Enfermagem (RCN)
Para trabalhar como Enfermeiro/a no UK, é obrigatória a inscrição no NMC, que emite a licença de cada enfermeiro ou midwife com a validade de um ano. A quota do NMC é anual e desde 1/Fevereiro/2013 passou a ser 100£ e, desde Setembro/2012, sem emissão de um cartão com o PIN mas apenas uma carta com os dados. (tal como agora fazem com o National Insurance Number. Fim aos cartões.)
Mas o NMC não é a única organização que existe para regular a prática da Enfermagem.
Existe também o Royal College of Nursing (RCN) à qual cada Enfermeiro pode optar fazer parte.
Na verdade, apesar de ser uma opção, é importante fazer parte do RCN por diversas razões mas a principal é que é esta entidade (e não o NMC) que protege o Enfermeiro em caso de processos disciplinares ou investigações.
Isto poderá lembrar a alguns, um pouco a dicotomia que há em Portugal com a Ordem dos Enfermeiros e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. No primeiro é realmente necessário estar-se inscrito para obter a licença com o nosso número de identificação enquanto pelo segundo a inscrição é opcional mas onde se obtém muito mais informação sobre a profissão e direitos.
Quem aqui trabalha ou quem por aqui passa, rapidamente percebe que é mesmo muito fácil perder o seu PIN por isso aconselha-se a todos os Enfermeiros a estarem registados no RCN, principalmente se trabalham em ambiente hospitalar onde a possibilidade de erros e riscos é muito mais elevada.
E se alguma vez forem convocados a uma reunião em que dizem que podem levar alguém convosco (colega ou representante do RCN) façam uso porque ninguém anda aqui a brincar..
Mas o NMC não é a única organização que existe para regular a prática da Enfermagem.
Existe também o Royal College of Nursing (RCN) à qual cada Enfermeiro pode optar fazer parte.
Na verdade, apesar de ser uma opção, é importante fazer parte do RCN por diversas razões mas a principal é que é esta entidade (e não o NMC) que protege o Enfermeiro em caso de processos disciplinares ou investigações.
Isto poderá lembrar a alguns, um pouco a dicotomia que há em Portugal com a Ordem dos Enfermeiros e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. No primeiro é realmente necessário estar-se inscrito para obter a licença com o nosso número de identificação enquanto pelo segundo a inscrição é opcional mas onde se obtém muito mais informação sobre a profissão e direitos.
Quem aqui trabalha ou quem por aqui passa, rapidamente percebe que é mesmo muito fácil perder o seu PIN por isso aconselha-se a todos os Enfermeiros a estarem registados no RCN, principalmente se trabalham em ambiente hospitalar onde a possibilidade de erros e riscos é muito mais elevada.
E se alguma vez forem convocados a uma reunião em que dizem que podem levar alguém convosco (colega ou representante do RCN) façam uso porque ninguém anda aqui a brincar..
domingo, 12 de maio de 2013
terça-feira, 30 de abril de 2013
quinta-feira, 25 de abril de 2013
terça-feira, 23 de abril de 2013
quinta-feira, 18 de abril de 2013
Sabem lá vocês..
quantas vezes já pensei na responsabilidade que acabou por acrescer por ter de trabalhar em inglês..
não parece mas às vezes penso nisso.
não parece mas às vezes penso nisso.
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Arrumar as botas
Ainda não sei quando vai ser mas, e apesar de me terem dado até Setembro de 2013, na próxima visita ao continente penso arrumar botas e fardas no sítio devido - quartel. E com muita pena minha, a muito custo mesmo. Mas nisto já não há nada que pensar.. E eu já tenho consciência disso há bastante tempo.
Pena de não ter sido capaz de me comprometer mais cedo, mas talvez tenha sido no tempo devido que eu precisava. E de sair assim quando nem o banco aqueci. Mas apesar de tudo, levo/trago bons valores e boas memórias.
terça-feira, 16 de abril de 2013
segunda-feira, 15 de abril de 2013
sexta-feira, 12 de abril de 2013
Cheguei..
Ao fim de 6 meses e 3 semanas, estou em minha casa. Não tenho um quarto minúsculo cujo único espaço só me deixa vestir, e com uma estante a fazer de armário. E não vou dormindo na casa de quem me vai acolhendo, deixando mala e mochilas cheias com roupa por arrumar.
Entrei numa casa vazia (literalmente) e hoje tem vida. Montei uma cama e um armário. Limpei (três quartos, duas casas-de-banho, uma sala, uma cozinha e uma marquise) e arrumei tudo. Tenho uma cozinha com dimensões que me agradam e uma marquise (cobiçada já por muitos) que vai ser palco de muitos jantares.
Pôr uma casa 'em pé', digo tornar um espaço habitável e com aspecto (e cheiro) de casa, é pano para mangas, é pano para cem anos de trabalho. Prefiro pensar que depois disto, tanto trabalho só talvez para uma muito mais definitiva. E o que calhava mesmo bem era poder pintar uns desenhos numa parede ou outra.. mas acho que o senhorio, pessoa muito porreira até, não ia nessa conversa. Isso e uma companhia de quatro patas que me faz diferença não ter.
Mas enquanto dá umas coisas e não dá para outras, assim também não se está mal..
E o carro e a televisão continuam a não estar nos meus objectivos imediatos ou médio prazo.
O carro porque até agora não vi força maior. E, como existe a internet, a ausência de televisão obriga-me a ler noticias (que é a única coisa de que sinto falta da televisão) e 'obriga-nos' a todos a conviver e estar juntos muito mais. Tenho umas mini colunas que vieram de PT e agora dão mais do que muita música à casa. E há ainda a guitarra..
Cheguei e daqui só saio quando for hora de partir para outra viagem.
Entrei numa casa vazia (literalmente) e hoje tem vida. Montei uma cama e um armário. Limpei (três quartos, duas casas-de-banho, uma sala, uma cozinha e uma marquise) e arrumei tudo. Tenho uma cozinha com dimensões que me agradam e uma marquise (cobiçada já por muitos) que vai ser palco de muitos jantares.
Pôr uma casa 'em pé', digo tornar um espaço habitável e com aspecto (e cheiro) de casa, é pano para mangas, é pano para cem anos de trabalho. Prefiro pensar que depois disto, tanto trabalho só talvez para uma muito mais definitiva. E o que calhava mesmo bem era poder pintar uns desenhos numa parede ou outra.. mas acho que o senhorio, pessoa muito porreira até, não ia nessa conversa. Isso e uma companhia de quatro patas que me faz diferença não ter.
Mas enquanto dá umas coisas e não dá para outras, assim também não se está mal..
E o carro e a televisão continuam a não estar nos meus objectivos imediatos ou médio prazo.
O carro porque até agora não vi força maior. E, como existe a internet, a ausência de televisão obriga-me a ler noticias (que é a única coisa de que sinto falta da televisão) e 'obriga-nos' a todos a conviver e estar juntos muito mais. Tenho umas mini colunas que vieram de PT e agora dão mais do que muita música à casa. E há ainda a guitarra..
Cheguei e daqui só saio quando for hora de partir para outra viagem.
segunda-feira, 8 de abril de 2013
"Love me or Leave Me"
Jazz combina com Cozinhar. Sure does!
Jazz combina com Vinho. No doubt!
Mas Jazz & Blues, vinho e cozinhar, é de uma máxima tal..
(E eu que acabei de "adquirir" uma cozinha fantástica..)
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Cherish, porque o essencial é ser/estar sempre a crescer
Cherish
tr.v. cher·ished, cher·ish·ing, cher·ish·es
3. To love, protect, and care for someone or something that is important to you.
Because "if you can walk, you can dance".. and to dance is to be alive..
tr.v. cher·ished, cher·ish·ing, cher·ish·es
1. To treat with affection and tenderness; hold dear:
cherish one's family; fine rugs that are cherished by
their owners.
2. To keep fondly in mind; entertain: cherish a memory.3. To love, protect, and care for someone or something that is important to you.
Because "if you can walk, you can dance".. and to dance is to be alive..
terça-feira, 2 de abril de 2013
Sou qualquer coisa como
Bruta. Calma. Desprendida. Esquiva. Fiel. Inconstante. Optimista. Persistente. Sonhadora. Teimosa. Volátil.
Qualquer coisa que nem eu sei bem..
Qualquer coisa que nem eu sei bem..
segunda-feira, 1 de abril de 2013
Páscoa
A hora mudou (again..) e quando saí às 7h havia um sol laranja que rapidamente me deixou mal habituada pois no dia seguinte (esta manhã) à mesma hora eu esperei por ele..
Este ano ne pas de Ovo Kinder e chegam-me directamente da Ward e que bem endereçados!
A Páscoa durou uns 'estrondosos' 4 dias aqui. Sexta-feira Santa, seguida de fim-de-semana, seguido de feriado. O jantar de Páscoa foi cá em casa, e apesar de arrasada pela luta de doze horas e meia, adorei toda a agitação ao jantar, trouxe calor e muitos risos.
A mudança da hora lembrou-me ainda que passei o ciclo do inverno, que agora termina, nesta ilha com duas visitas ao continente..e tudo aquilo que me passa pela cabeça a cada dia que passa.
sexta-feira, 29 de março de 2013
Racismo / Discriminação / Xenofobia ..
Foi assim que acabou a noite ontem. Pior do que as pessoas serem más, é serem sem razão e em pleno Séc. XXI.
E estava eu longe de pensar que ia sentir na pele algo assim..
Eu, que se tivesse uma destas posições começaria por ter problemas com a minha própria família.
Eu, que prefiro deixar os meus e dar a outra cultura, seja aqui ou na China.
Prefiro porque no fim do dia sei que também irei ganhar algo.
Mas isto foi demais.. e olhando para algumas décadas atrás, ontem até tive foi sorte.
racismo
s. m.
Sistema que afirma a superioridade de um grupo racial sobre os outros, preconizando, particularmente, a separação destes dentro de um país (segregação racial) ou mesmo visando o extermínio de uma minoria (racismoanti-semita . dos .nazis ).
Confrontar: descriminação.
xenofobia
(xeno- + -fobia)
s. f.
E estava eu longe de pensar que ia sentir na pele algo assim..
Eu, que se tivesse uma destas posições começaria por ter problemas com a minha própria família.
Eu, que prefiro deixar os meus e dar a outra cultura, seja aqui ou na China.
Prefiro porque no fim do dia sei que também irei ganhar algo.
Mas isto foi demais.. e olhando para algumas décadas atrás, ontem até tive foi sorte.
racismo
Sistema que afirma a superioridade de um grupo racial sobre os outros, preconizando, particularmente, a separação destes dentro de um país (segregação racial) ou mesmo visando o extermínio de uma minoria (racismo
discriminação
(latim discriminatio, -onis, separação)
s. f.
(latim discriminatio, -onis, separação)
1. Acto . ou efeito de discriminar (ex.: o exercício envolve discriminação visual). = DISTINÇÃO
2. Acto . de colocar algo ou alguém de parte.
3. Tratamento desigual ou injusto dado a uma pessoa ou grupo, com base em preconceitos de alguma ordem, nomeadamente .sexual, religioso, étnico, etc.
xenofobia
(xeno- + -fobia)
Aversão aos estrangeiros ou ao que vem do estrangeiro, ao que é estranho ou menos comum. = XENOFOBISMO
quinta-feira, 28 de março de 2013
quarta-feira, 27 de março de 2013
David Cameron sobre a Imigração
«While I have always believed in the benefits of immigration, I have also always
believed that immigration has to be properly controlled. Without proper controls
community confidence is sapped, resources are stretched and the benefits that
immigration can bring are lost or forgotten.»
O NHS é um bom sistema de saúde nacional e não internacional.
E com razão..
Fonte: The Telegraph
O NHS é um bom sistema de saúde nacional e não internacional.
E com razão..
Fonte: The Telegraph
terça-feira, 26 de março de 2013
"Carta aos 19%"
Caro desempregado,
Em nome de Portugal, gostaria de agradecer o teu contributo para o sucesso económico do nosso país. Portugal tem tido um desempenho exemplar, e o ajustamento está a ser muito bem-sucedido, o que não seria possível sem a tua presença permanente na fila para o centro de emprego. Está a ser feito um enorme esforço para que Portugal recupere a confiança dos mercados e, pelos vistos, os mercados só confiam em Portugal se tu não puderes trabalhar. O teu desemprego, embora possa ser ligeiramente desagradável para ti, é medicinal para a nossa economia. Os investidores não apostam no nosso país se souberem que tu arranjaste emprego. Preferem emprestar dinheiro a pessoas desempregadas.
Antigamente, estávamos todos a viver acima das nossas possibilidades. Agora estamos só a viver, o que aparentemente continua a estar acima das nossas possibilidades. Começamos a perceber que as nossas necessidades estão acima das nossas possibilidades. A tua necessidade de arranjar um emprego está muito acima das tuas possibilidades. É possível que a tua necessidade de comer também esteja. Tens de pagar impostos acima das tuas possibilidades para poderes viver abaixo das tuas necessidades. Viver mal é caríssimo.
Não estás sozinho. O governo prepara-se para propor rescisões amigáveis a milhares de funcionários públicos. Vais ter companhia. Segundo o primeiro-ministro, as rescisões não são despedimentos, são janelas de oportunidade. O melhor é agasalhares-te bem, porque o governo tem aberto tantas janelas de oportunidade que se torna difícil evitar as correntes de ar de oportunidade. Há quem sinta a tentação de se abeirar de uma destas janelas de oportunidade e de se atirar cá para baixo. É mal pensado. Temos uma dívida enorme para pagar, e a melhor maneira de conseguir pagá-la é impedir que um quinto dos trabalhadores possa produzir. Aceita a tua função neste processo e não esperneies.
Tem calma. E não te preocupes. O teu desemprego está dentro das previsões do governo. Que diabo, isso tem de te tranquilizar de algum modo. Felizmente, a tua miséria não apanhou ninguém de surpresa, o que é excelente. A miséria previsível é a preferida de toda a gente. Repara como o governo te preparou para a crise. Se acontecer a Portugal o mesmo que ao Chipre, é deixá-los ir à tua conta bancária confiscar uma parcela dos teus depósitos. Já não tens lá nada para ser confiscado. Podes ficar tranquilo. E não tens nada que agradecer.
Ricardo Araújo Pereira
Fonte: visão.
Em nome de Portugal, gostaria de agradecer o teu contributo para o sucesso económico do nosso país. Portugal tem tido um desempenho exemplar, e o ajustamento está a ser muito bem-sucedido, o que não seria possível sem a tua presença permanente na fila para o centro de emprego. Está a ser feito um enorme esforço para que Portugal recupere a confiança dos mercados e, pelos vistos, os mercados só confiam em Portugal se tu não puderes trabalhar. O teu desemprego, embora possa ser ligeiramente desagradável para ti, é medicinal para a nossa economia. Os investidores não apostam no nosso país se souberem que tu arranjaste emprego. Preferem emprestar dinheiro a pessoas desempregadas.
Antigamente, estávamos todos a viver acima das nossas possibilidades. Agora estamos só a viver, o que aparentemente continua a estar acima das nossas possibilidades. Começamos a perceber que as nossas necessidades estão acima das nossas possibilidades. A tua necessidade de arranjar um emprego está muito acima das tuas possibilidades. É possível que a tua necessidade de comer também esteja. Tens de pagar impostos acima das tuas possibilidades para poderes viver abaixo das tuas necessidades. Viver mal é caríssimo.
Não estás sozinho. O governo prepara-se para propor rescisões amigáveis a milhares de funcionários públicos. Vais ter companhia. Segundo o primeiro-ministro, as rescisões não são despedimentos, são janelas de oportunidade. O melhor é agasalhares-te bem, porque o governo tem aberto tantas janelas de oportunidade que se torna difícil evitar as correntes de ar de oportunidade. Há quem sinta a tentação de se abeirar de uma destas janelas de oportunidade e de se atirar cá para baixo. É mal pensado. Temos uma dívida enorme para pagar, e a melhor maneira de conseguir pagá-la é impedir que um quinto dos trabalhadores possa produzir. Aceita a tua função neste processo e não esperneies.
Tem calma. E não te preocupes. O teu desemprego está dentro das previsões do governo. Que diabo, isso tem de te tranquilizar de algum modo. Felizmente, a tua miséria não apanhou ninguém de surpresa, o que é excelente. A miséria previsível é a preferida de toda a gente. Repara como o governo te preparou para a crise. Se acontecer a Portugal o mesmo que ao Chipre, é deixá-los ir à tua conta bancária confiscar uma parcela dos teus depósitos. Já não tens lá nada para ser confiscado. Podes ficar tranquilo. E não tens nada que agradecer.
Ricardo Araújo Pereira
Fonte: visão.
sábado, 23 de março de 2013
sexta-feira, 22 de março de 2013
sábado, 16 de março de 2013
..
"Quando nos deixamos cativar, é certo e sabido que algum dia, alguma coisa nos há-de fazer chorar."
Saint-Exupéry, in O Principezinho.
Saint-Exupéry, in O Principezinho.
sexta-feira, 15 de março de 2013
O que não dizem depois de partirmos
Sei de um Enfermeiro português aqui da cidade vizinha que foi eleito o Enfermeiro do mês no hospital onde trabalha. E isto tem muito valor.
Sei mais ainda de um e outro que já alcançaram posições tão importantes de fazer inveja a muitos ingleses.
E é de coisas assim que ninguém fala depois de deixarmos o país que nos viu nascer. Do que se alcança depois, poucos sabem.
Sei mais ainda de um e outro que já alcançaram posições tão importantes de fazer inveja a muitos ingleses.
E é de coisas assim que ninguém fala depois de deixarmos o país que nos viu nascer. Do que se alcança depois, poucos sabem.
terça-feira, 12 de março de 2013
À beira do cais, à beira do mar..
Saibam que é lá que me deixo perder, saibam que é lá que me encontro envolvida naquele cheiro, saibam que é lá que perco defesas, saibam que é lá que ganho forças, saibam que é lá que me enterro, e é aí que me renovo e que não perco costumes ou vontades..
e acima de tudo, é lá que sonho, de olhos postos num horizonte sem fim..
She stands upon Southampton dock
With her handkerchief
And her summer frock clings
To her wet body in the rain.
In quiet desperation knuckles
White upon the slippery reins
She bravely waves...
(Pink Floyd)
e acima de tudo, é lá que sonho, de olhos postos num horizonte sem fim..
She stands upon Southampton dock
With her handkerchief
And her summer frock clings
To her wet body in the rain.
In quiet desperation knuckles
White upon the slippery reins
She bravely waves...
(Pink Floyd)
sábado, 9 de março de 2013
sexta-feira, 8 de março de 2013
'Smile and be polite'
A mim pesa mais na balança a honestidade do que o socialmente correcto.
E não vou pedir desculpa por isso.
Bonecas de porcelana. Não dá com o meu estilo.. irritam-me!
E não vou pedir desculpa por isso.
Bonecas de porcelana. Não dá com o meu estilo.. irritam-me!
quarta-feira, 6 de março de 2013
terça-feira, 5 de março de 2013
É assim..
Em quatro dias na nova cidade ri-me (até chorar ou não conseguir respirar) mais do que em cinco meses em Londres. Não que não tenha tido dias bons na capital mas é assim mesmo. Até a organização em casa é feita sem combinações, simples. E pensar que aqui nesta casa só fico um mês..
sexta-feira, 1 de março de 2013
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Dá sempre para mais
Noite em claro, quase sem dormir. não há ponta para dúvida, e eu sei, só uma actividade cerebral tão intensa me estraga o sono. 5h da manhã.. o sol nasce daqui a duas horas. quinze minutos depois disso alguém vai sair de casa para ir trabalhar. gosto de ver os dias a nascer. devia dormir. devia ir correr. não consigo dormir. devia correr tão rápido quanto penso. talvez isso faça esgotar os neurónios e todas as sinapses. está frio. estranhamente é um frio bom. tenho os músculos entorpecidos. devia ir. está quente aqui. aqui parada nada acontece. e já são 6h. uma hora a vaguear em pensamentos. preciso ir. correr para não pensar. correr e só ouvir a minha respiração. controlar a função mais básica e fundamental que me mantém viva, respiração. nesses minutos o Mundo vai desaparecer. correr até ao limite. aquele limite em que o meu corpo me diz que não aguento nem mais um passo. aquele limite em que a minha mente diz, dá sempre para mais. a mente, treinada pela curta vida, que me diz que após o limite físico há algo mais à minha espera, a mente que teima dizer que se não deres o próximo passo perdes o comboio da vida. o mesmo comboio que nunca sei quando passa. é isso. tenho uma mente teimosa. optimista. uma mente que me mantém viva. e que pode dar mais. estou pronta. vou correr.
domingo, 24 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
*
Esteve muito frio e de manhã até tive direito a neve!
Começo a achar que se retirarmos o grupo que abrange lactentes, toddlers e pré-escolares, eu sou a única jovem adulta que se ri que nem parva por causa de neve.
Começo a achar que se retirarmos o grupo que abrange lactentes, toddlers e pré-escolares, eu sou a única jovem adulta que se ri que nem parva por causa de neve.
Inicialmente tive a ideia de passar a data em Oxford, mas visto a mudança estar prevista para dentro de uma semana, começo já a fazer a despedida e o "até já" desta capital aos poucos. Embora saiba que pretendo continuar a vir aqui muitas, mas muitas mais, vezes.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
"Cartas de Londres"
Parece que no próximo dia 2 de Março vai haver (mais) uma manifestação em Portugal - "Que se Lixe a Troika! O Povo é quem mais ordena". Aqui, os portugueses também já se estão a organizar para se juntarem na Embaixada de Portugal, em Londres e mostrarem a sua posição entregando as suas cartas. À excepção de Londres e Boston, todas as manifestações que se prevê nesse dia, serão em Portugal. Cartas de Londres, são cartas de portugueses espalhados pelo Reino Unido que explicam o porquê de por aqui andarem.. Porque afinal, nem tudo são rosas cantadas, nem todos queriam ter vindo e nem todos querem por aqui ficar.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
"you're smiling.. why are you smiling?"
M: Memories in my mind.
- alright, that's good but you look stupid smiling like that to the marsheet.
- alright, that's good but you look stupid smiling like that to the marsheet.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
'Keep calm and marry a British Boy'
400 contra 175 aprovaram, na Casa dos Comuns, o projecto-lei que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo. David Cameron, que apoia a mudança na lei, não conseguiu reunir o consenso dentro do partido conservador. A lei tem ainda de ir à Câmara Alta (Câmara dos Lordes). Mas um (grande) passo foi dado.
"No matter who you are and who you love, we are all equal. Marriage is about love and commitment, and it should no longer be denied to people just because they are gay."
Tudo indica para que daqui a um ano já seja possível aos casais celebrarem o casamento civil, em Inglaterra e no País de Gales. Quanto ao casamento religioso, este é decidido dentro de cada templo. No entanto, a Igreja Anglicana, a igreja maioritária, já deixou claro que se recusa a celebrar casamentos.
Fonte: BBC News.
E para entenderem, o porquê desta notícia, há sensivelmente uma semana estava eu a trabalhar e já no final do turno quando tudo está mais calmo e é possível reunir a equipa, chego-me junto do meu staff que discutia precisamente isto. (como se sabe tenho alguma dificuldade em acompanhar as notícias). E se eu venho de bandas onde isto nem (sempre) comichão faz, fiquei um pouco surpresa ouvir pessoas que trabalham comigo e, alguns nem ingleses são, dizer que não percebiam o porquê deste alarido, a grande maioria dos argumentos assentam em bases religiosas, que não devia ser aprovada, que seriam uns malucos se tal lei fosse aprovada, se isto tinha lógica.
O que me parece não ter lógica é esta discussão..
"No matter who you are and who you love, we are all equal. Marriage is about love and commitment, and it should no longer be denied to people just because they are gay."
Tudo indica para que daqui a um ano já seja possível aos casais celebrarem o casamento civil, em Inglaterra e no País de Gales. Quanto ao casamento religioso, este é decidido dentro de cada templo. No entanto, a Igreja Anglicana, a igreja maioritária, já deixou claro que se recusa a celebrar casamentos.
Fonte: BBC News.
E para entenderem, o porquê desta notícia, há sensivelmente uma semana estava eu a trabalhar e já no final do turno quando tudo está mais calmo e é possível reunir a equipa, chego-me junto do meu staff que discutia precisamente isto. (como se sabe tenho alguma dificuldade em acompanhar as notícias). E se eu venho de bandas onde isto nem (sempre) comichão faz, fiquei um pouco surpresa ouvir pessoas que trabalham comigo e, alguns nem ingleses são, dizer que não percebiam o porquê deste alarido, a grande maioria dos argumentos assentam em bases religiosas, que não devia ser aprovada, que seriam uns malucos se tal lei fosse aprovada, se isto tinha lógica.
O que me parece não ter lógica é esta discussão..
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
domingo, 27 de janeiro de 2013
Dia de sol, Noite de lua cheia
Depois de duas noites seguidas de chuva, que apagou por completo o que ainda restava de mantos brancos, o dia esteve muito bonito, com um sol mesmo fantástico. E agora, segue-se uma noite sem nuvens desde há muitos muitos dias, e uma lua cheia e brilhante que me ilumina as ruas até casa como nunca aconteceu desde que aqui estou. Tudo hoje, precisamente hoje.
Por todos os dias (ainda que não muitos) no campo, no esforço de me ensinares, e pela estrada fora a pé de moto ao lado: Obrigada. Blue eyes..
Por todos os dias (ainda que não muitos) no campo, no esforço de me ensinares, e pela estrada fora a pé de moto ao lado: Obrigada. Blue eyes..
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
I'm back!
E assim que entro no metro, e troco de linha, e ouço o 'mind the gap', e entro no comboio, sou recebida com neve e está a nevar, ponho o gorro finalmente, sintonizo o meu cérebro no modo inglês..e tudo mais, pareço uma parva de sorriso de orelha a orelha! E vejo os carros circularem pela esquerda sem me fazer confusão! E pronto, é bom estar em casa!
Vou ficar sem Londres para ter outra cidade, mas talvez um dia volte ao chamado 'centro do mundo'.. maybe or maybe not, we'll see..
Vou ficar sem Londres para ter outra cidade, mas talvez um dia volte ao chamado 'centro do mundo'.. maybe or maybe not, we'll see..
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Parece ter resultado
Cheguei sem nada a perder e por isso fiz o que normalmente não faria: maquilhagem, pintei os lábios e unhas, escolhi uns brincos que sobressaíssem, saltos altos, tudo a que devia ter direito. E hora e meia depois do previsto, entrei a matar. Falei o que tinha a falar e regressei para Lisboa. E agora, ao fim das férias deixo Portugal com um novo emprego em vista e a escrever a minha carta de demissão do meu actual emprego. E pronto, vem um ano novo, numa cidade nova, com pessoas novas e receios novos.
(Claro, cheguei a Lisboa, sem brincos, sem batôm e a tentar tirar o verniz das unhas. Há coisas difíceis de combater..)
(Claro, cheguei a Lisboa, sem brincos, sem batôm e a tentar tirar o verniz das unhas. Há coisas difíceis de combater..)
domingo, 20 de janeiro de 2013
Continua e sempre a bombar
uma coisa chamada arritmia. Ca treta esta. Deixem-me arranjar um G.P daqui a umas semanas. Logo depois de fazer a mudança de cidade.
(G.P - General Practitioner)
(G.P - General Practitioner)
sábado, 19 de janeiro de 2013
Ser flexível
Em menos de uma semana, no mesmo país e em duas cidades diferentes e por dois motivos opostos (mas que eu agarrava ao mesmo tempo se pudesse) ouvi que é preciso ser-se flexível. Eu queria ambos mas caminham em sentidos opostos, e eu sou só uma. E assim não há flexibilidade que me safe.
Ambos os motivos acontecem na ilha que habito.. Cheers!
Ambos os motivos acontecem na ilha que habito.. Cheers!
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
O último de três
O dia foi extremamente longo e cansativo. Mas os olhos azuis que mais ninguém tem, estavam lá e brilharam com a nossa chegada. Sempre achei que não chegava a tempo. Queria que todo esse sofrimento acabasse de vez, mesmo sabendo que isso significa ficar sem um sequer, de vez.. porque assim já não é viver.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Qualquer coisa que eu não sei mas existe
Não sei de onde vem a força que
nasce e vive dentro de mim e me move a toda hora nestas andanças. Não sei onde
foi criada, só sei que existe. Não sei tão pouco porque razão existe. São já
mais que muitos os passos que dei sozinha, e os kms já nem conto. Como? Não
sei.
Não sei de onde vem, mas existe e
ainda bem. Porque me faz mexer e pensar em muito mais. Porque se não existisse,
eu não estava onde estou hoje, nem estaria a pensar em tudo o que ainda quero
fazer. Existe e é independente. Existe sem que ninguém puxe por ela ou por mim.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
domingo, 13 de janeiro de 2013
sábado, 12 de janeiro de 2013
É ter os pés numa ilha e a cabeça no Mundo
Eu e a minha mania de me lançar sozinha nas coisas.. É gigante, vim a transbordar! A vontade triplicou e arruma a um canto o que resta de medo. E há um sentido tão bom nisto. Seja mania ou teimosia ou persistência, ou vontade de abanar os alicerces de tempos a tempos, sacudir o monótono e a inércia, o que for. Isto é ter os pés numa ilha e a cabeça no Mundo.
Um dia vais ver-me lá. Um dia volto contigo porque existes em mim. Um dia..
Um dia vais ver-me lá. Um dia volto contigo porque existes em mim. Um dia..
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Condução
No último ano tenho ganho cada vez mais receio de conduzir à chuva.
Chegar a um sítio onde se conduz à direita, apanhar chuva e ter de conduzir, para mim já é algo a cair para o assustador principalmente pela heavy rain que já não estou habituada. Mas teimar em conduzir à esquerda não é bom. Resultado: na primeira hora a conduzir à direita, pus-me em contra-mão e saí do estacionamento a olhar para os lados errados. Valeu a sorte vinda de não sei onde. Susto!
Chegar a um sítio onde se conduz à direita, apanhar chuva e ter de conduzir, para mim já é algo a cair para o assustador principalmente pela heavy rain que já não estou habituada. Mas teimar em conduzir à esquerda não é bom. Resultado: na primeira hora a conduzir à direita, pus-me em contra-mão e saí do estacionamento a olhar para os lados errados. Valeu a sorte vinda de não sei onde. Susto!
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Está na hora de cortar
O cabelo está enorme, minha culpa, só leva com a tesoura uma vez por ano. A última vez que tive o cabelo a chegar-me ao rabo deve ter sido quando tinha 18 anos e nessa altura quando cortei passou a andar espetado porque com o que sobrou pouco mais dava para fazer.
Está na altura de levar um novo corte, não só porque está enorme e de prático pouco tem, mas porque está mesmo na altura de mudar o visual.. Até porque já ando a ameaçar desde o início de 2011. Já vai sendo tempo.
Está na altura de levar um novo corte, não só porque está enorme e de prático pouco tem, mas porque está mesmo na altura de mudar o visual.. Até porque já ando a ameaçar desde o início de 2011. Já vai sendo tempo.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
"Basta a esperança naquilo que talvez não teremos"
Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.
Sebastião da Gama (1924-1952)
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Duas crianças
Lembro-me como se fosse ontem. Lembro-me de um encontro entre uma criança da europa com uma outra vinda de áfrica. Lembro-me da relutância, por parte de outras crianças, em aceitar o forasteiro que chegava, vindo de um lugar que apenas existia na imaginação de cada criança construída a partir de imagens vistas no caderno de geografia. Um forasteiro que chegava para ocupar um lugar num grupo que desconhecia. Lembro-me da ânsia da criança da europa em ver o forasteiro, de todas as perguntas que já lhe queria fazer sem o conhecer. Lembro-me de uma criança da europa que crescia com os ouvidos cheios daquela terra e naquele momento um pedaço recente lhe chegava à beira.
Ela dizia-lhe que tinha de atinar com o inglês e ele dizia-lhe que tinha de atinar com a química.
Ela falava na paixão pela história e conhecer o mundo, ele falava na paixão pelo desenho e no sonho de arquitectura e encantava com as histórias do seu mundo.
Ela era a criança da europa e ele era o princípe que vinha de São Tomé e do mundo das cascatas.
Podiam ser as crianças mais sossegadas até ao momento em que se juntavam a conversar e nunca mais se calavam. Até serem separados..
Ela dizia-lhe que tinha de atinar com o inglês e ele dizia-lhe que tinha de atinar com a química.
Ela falava na paixão pela história e conhecer o mundo, ele falava na paixão pelo desenho e no sonho de arquitectura e encantava com as histórias do seu mundo.
Ela era a criança da europa e ele era o princípe que vinha de São Tomé e do mundo das cascatas.
Podiam ser as crianças mais sossegadas até ao momento em que se juntavam a conversar e nunca mais se calavam. Até serem separados..
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
Por causa da água
Sinto falta de muita coisa mas só ontem me dei conta da falta que me faz o mar. E é mesmo muita. O cheiro, o som, a areia, a água.. a água.. que mesmo a frio, eu sempre dava um pulo para o sentir. Foi numa tarde de primavera, com nevoeiro e chuva que eu soube a quanto sabe mar e chuva juntos. Só ontem porque o mar sempre foi e é o meu maior refúgio. Ontem também percebi em mim que aceito mudar de Londres para outra cidade em completa paz (e talvez uma pitada de curiosidade de ver outras zonas desta ilha), se isso realmente vier a acontecer. E fez sentido..
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