"Como é estar de volta?"
(Apetece-me responder que não voltei, estou de passagem..e porque porque.. porque é natal, senão não teria vindo)
Não foram meia dúzia de dias sequer.. e foi a sensação mais estranha que já tive. Há apenas quase, meros três mesinhos na ilha fez-me sentir estranha no sítio onde nasci.
Foi-me impossível explicar por palavras sempre que respondia "não sei bem, é estranho".
Estranho?! Se nasceste aqui, és daqui, pertences aqui.. estranho?!
E eis que alguém, no timing certo e calando bocas, questiona: pertence? será?
Sou daqui (sim), amo esta capital (sem dúvida) mas já não me sinto a pertencer aqui. Conheço muito daqui, sei mexer-me aqui mas há algo de diferente..
Sou eu.
É o meu quarto mas já não é porque não o sinto.. Era. As duas primeiras manhãs fui atacada por uma desorientação de espaço como nunca passei.
Tive dificuldade em explicar esta estranheza, que basicamente ninguém percebe do que falo. Valeu-me quem, com mais primaveras, passou pelo mesmo e me ajudou a encontrar palavras, conseguindo falar o que sinto e a estranheza que vai em mim. Vejo a vida a acontecer mas pareço não pertencer, uma espécie de limbo que paira. É díficil explicar. Estou algures no meio.
Voltar decididamente não está incluído nos planos dos próximos tempos e por diversas razões que já consigo apontar. Inglaterra faz parte do meu caminho agora e é para ele que tenho de olhar.
Não sei quando volto, não penso sequer nisso. Este tempinho deu para perceber muita coisa e saber outras mais importantes para planear algumas coisas a médio prazo.
E, no meio de tudo, lá veio novamente à baila que "és como o avô Z.. és és".
E eu que não o conheço mas sempre lhe senti falta.. um dia talvez.
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